segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

acasamamento

Filhotes sendo alimentados pela mãe

Canários

Sobre

Há mais de 5 séculos estes belos, coloridos e canoros pássaros, capazes de formar duetos e quartetos musicais, tem encantado milhares de pessoas no mundo todo.

São originários das Ilhas Canárias, localizadas na costa oeste da África, que curiosamente receberam este nome dos romanos não pelos Canários, mas devido aos cães (canis em latim) de grande porte que ali habitavam. Acredita-se que os primeiros registros sobre Canários datem do ano 1402.

Muito utilizados pelos marinheiros como animal de estimação, os Canários conquistaram a Europa e o mundo rapidamente.

Antes da Revolução Industrial era comum a manutenção de Canários pelos artesões nas oficinas e lojas, como forma de entretenimento. Essa prática de manter os Canários no local de trabalho foi adotada também pelos mineiros de carvão, que os utilizavam como alarme, pois caso estes morressem dentro da mina era sinal de que havia vazamento de gás.
Da época do descobrimento do Canário selvagem (Serinus canarius), de cor verde acinzentada, até os dias de hoje, muito se fez através das criações seletivas.

Atualmente existem 4 agrupamentos de raças de Canários: Canários silvestres, Canários de cor, Canários de canto e Canários de porte ou postura.

Dentre os Canários silvestres, encontramos no Brasil o Canário-da-terra, assim chamado em oposição aos Canários-do-reino, trazidos pela corte portuguesa quando aqui se instalaram.

Em relação aos Canários de cor, existem hoje mais de 300 cores catalogadas, sendo agrupadas em: cores melânicas preto-castanho, melânicas castanho, lipocrômicas, ágatas e Isabel.

Já entre os Canários de canto, destacam-se algumas raças como a Harzer, também conhecida por Harz ou Belga de origem alemã, a Malinolis, descendente de Canários belgas da região de Flandres (cidade de Malines) e o Timbrado Espanhol, criado na Espanha desde 1700.

Canários de porte ou postura recebem esta designação devido à forma do corpo e a posição que adquirem no poleiro. Os Canários de porte dividem-se em Ingleses (Norwich e Yorkshire) e Frisados (do Norte e do Sul).


Reprodução

O ciclo de reprodução dos Canários, da postura dos ovos até a saída do ninho, dura em torno de 30 dias. Neste período é importante o mínimo de perturbações possíveis, para não interferir nos processos biológicos envolvidos. A sexagem dos indivíduos se faz por observação da região anal. A diferença entre machos e fêmeas também pode ser percebida pela diferença do canto. Apesar de algumas fêmeas cantarem, seu canto não tem a mesma intensidade ou o volume do canto dos machos. A fêmea coloca 5 ovos em média (um por dia, na parte da manhã). O macho e a fêmea revezam o choco e o período de incubação é de cerca de 15 dias.


Manutenção

Existem vários tipos de gaiolas para Canários: gaiolas para Canários cantores, gaiolas para criação e voadeiras. Para a manutenção de Canários em casa, é interessante a opção de uma gaiola de no mínimo 60 cm de comprimento, 30 cm de largura e 40 cm de altura, com comedouro, bebedouro, uma banheira rasa (2,5 a 3 cm em média) e alguns poleiros.

A limpeza é fundamental para a prevenção de doenças. Por isso, é interessante que a gaiola tenha uma bandeja removível que facilite o processo. Você pode optar por forrá-la com algum papel absorvente (tipo jornal) que deve ser trocado diariamente. Troque também a água diariamente e limpe os demais recipientes. Faça a desinfecção do bebedouro, comedouro, banheira e fundo da gaiola no mínimo duas vezes por semana. É interessante a retirada da banheira para evitar banhos à tarde. Evitar correntes de vento e locais úmidos e muito movimentados são cuidados que também auxiliam no bem estar destes canoros pássaros.

MP3: CD Canário Belga

    Este Blog é a favor da distribuição gratuita de informação e conteúdo. Fique a vontade para baixar o cd de canto e aproveite que é livre.


CD Canário Belga
Tipo de Arquivo: ZIP File
Local: 4shared
Tamanho: 26,753 KB (27,394,864 bytes)
Download

dicas importantes

· Água - deve ser filtrada e trocada diariamente;

· Bebedouros - devem ser automáticos, para evitar o contato das fezes com a água e lava-los diariamente;

· Alimentos - não misturar no mesmo recipiente diversos alimentos, devem ser sempre frescos e as sementes servidas à vontade;

· Verduras - devem ser bem lavadas e servidas frescas, devemos utilizar: couve, espinafre, escarola, almeirão e chicória. NUNCA devemos utilizar alface que poderia ser fatal, provocando diarréia;

· Frutas - devemos utilizar: maçã, laranja, etc;

· Comedouros - devem ser lavados pelo menos uma vez por semana;

· Gaiolas - não expor às correntes de ar, devem ser colocadas em local de boa claridade;

· Higiene - mantenha a gaiola sempre limpa, para evitar o contato do pássaro com suas fezes, a maioria das pessoas utiliza o revestimento do fundo com papel ( jornal ) o que facilita a limpeza, nestes casos o fundo deve ser lavado semanalmente;

· Poleiros - devem ser limpos e desinfetado a cada 15 ou 20 dias, para evitar aparecimento de piolho;

· Banheiras - devem ser colocas pela manhã e retirada após o banho;

· Banho de Sol - Os pássaros devem ser submetidos a um banho de Sol diariamente pela manhã até às 10 horas. Caso não seja possível, deve ser submetido pelo menos 2 vezes por semana.

Corte de Unhas

Agora nos preparando para exposições e para (graças a Deus porque essa é a melhor parte) a criação, temos alguns cuidados básicos a realizar. Entre eles está o corte das unhas dos adultos (e alguns filhotes mais desenvolvidinhos). Para os veteranos, sem problema, mas para quem inicia é uma questão de somente aprender, porque um corte errado pode levar a graves problemas e até a morte do bichinho.

Observem essa fotografia que encontrei no site italiano GlosterMania. O importante é fazer na claridade para que não se atinja a veia do bichinho. Porque a coagulação deles é semelhante a de um contumaz alcoolista.

Recomendo que se use aqueles cortadores de unha ao invés de tesouras. Eu pelo menos acho mais complicado com tesouras. Mas é uma opinião pessoal.

A Estação de Renovação das Penas ( Muda )

A estação de renovação das penas

Como ocorre todo ano, está chegando a época da muda de penas.

Alguns amigos costumam olhar para esta estação com grande descanso. Já que os machos não estarão cantando, nem as fêmeas estarão reproduzindo, decidem adoptar um procedimento desleixado.

É para estes amigos, menos cuidadosos da necessidade de maiores cuidados nesta fase que alertamos: o preço deste descuido será pago na temporada seguinte, com pássaros debilitados e performance prejudicada.

Deveríamos entender a muda de penas como a “estação da renovação”, pois é o momento de recuperarmos um pássaro, garantindo mais disposição e fogosidade futura.

Muda não é doença, quando ocorre na época correcta (JULHO/AGOSTO), embora debilite o organismo do pássaro. Deve ser encarada como doença, quando ocorre fora de época. A ocorrência desta hipótese, poderá ser devido a um manejo inadequado, e, ou, debilidades orgânicas. Substituições bruscas na dieta alimentar, também podem provocar a queda de penas.

O que diferencia a “muda fisiológica” da “muda patológica” é a sua ocorrência dentro da estação que empiricamente sabemos ser correcta, fruto de longos anos de convivência com os pássaros.

Percebemos mais facilmente a chegada da muda nos machos, pois ele produz menos cantos, ou interrompe suas manifestações canoras. Já nas fêmeas, mesmo tratando-se do principal activo de um criatório, só percebemos que estão trocando suas penas, quando elas são encontradas no fundo da gaiola.

Porque e quando os pássaros mudam de penas ?

As penas, são anexos de extrema importância à sobrevivência dos pássaros: são imprescindíveis para exercer o vôo; ajudam na regulação de temperatura do corpo; auxiliam como barreira de protecção à penetração de micro organismos; auxiliam as fêmeas na incubação dos ovos e nos machos, tem um papel importante nos cortejos de acasalamento.

A necessidade das penas serem renovadas anualmente, deve-se ao desgaste que elas sofrem com atritos nas grades da gaiola, comprometimento funcional pelo ataque de ectoparasitas (piolhos e ácaros) e pela perda de plasticidade.

O processo de renovação das penas é lento, e a quantidade que estarão sendo renovadas a cada momento, está condicionada a condições ambientais e às condições orgânicas do pássaro.

A renovação se inicia através de mudanças hormonais no organismo do pássaro. Estas alterações hormonais, ocorrem por estímulos que são induzidos, a partir da redução do período de luminosidade durante o dia e oscilações na temperatura.

No entanto, não podemos desconsiderar o stress causado pelo desgaste oriundo da intensa reprodução, ou mesmo, decorrente da intensa actuação durante a temporada de competições.

Vale destacar que pássaros com melhores condições orgânicas vencerão melhor esta fase, se comparado, com aqueles que iniciam-na desgastados. Muitos poderão não suportar este período e morrer.

Não nos ateremos à pequena muda que ocorre em pássaros novos (até 4 meses de idade), comum chamada de muda de ninho, uma vez que ela não promove desgastes e muito menos inspira tanta preocupação, passando muitas vezes despercebida pelas poucas penas que são renovadas.

Cabe ressaltar que o criador deve manter-se vigilante, com os machos e as fêmeas indistintamente, pois ambos terão funções importantes na próxima temporada.

É comum observamos na residência de alguns amigos, que quando um pássaro entra na muda, ele engaveta o pássaro (como se a necessidade de luminosidade deixasse de existir), tira a água de banho, reduz a alimentação a um mero alpista ou fubá, ou, estabelece uma dieta com alto teor de gordura.

Obviamente devemos nos acercar de cuidados: com as correntes de ventos, variações bruscas de temperaturas, bem como, evitar empobrecer a dieta.

Pincelando algumas informações da literatura, destacamos que:

- Para a formação das penas as células usam proteínas, aminoácidos, energia e vitaminas, assim como sais minerais.

- No processo de muda, a pele deve receber nutriente, em quantidades suficiente para formação de penas sadias. Esta pena sadia deve ao sair do folículo ir desabrochando suas bárbulas.

- O fígado é um órgão vital, para o metabolismo dos nutrientes e formação das penas na ave. O bom estado do fígado, reflecte em um empenamento adequado. Casos de problemas de penas podem estar intimamente ligados ao estado de funcionamento deste órgão.

- Usamos muitos complexos vitamínicos com biotina (vitamina H), protectores hepáticos, suplementos de aminoácidos.

- Devemos fazer controle de parasitas intestinais, e bactérias que acometem o fígado.
Como vemos a época de pagarmos o “couvert” pelo canto dos nossos pássaros, e, identificamos nossas fêmeas pelos filhotes que foram gerados, é na “estação de renovação” das penas.
Com estas medidas garantimos que o pássaro tenha uma bela plumagem, aproveitando para reabilitar alguma deficiência orgânica que possa estar presente no pássaro.

Num ambiente adequado para a ocorrência de boa muda, certamente os pássaros terão sossego, não recebendo estímulos desnecessários tais como, esfregar fêmea para forçar o macho cantar.

Alguns amigos preferem reunir num viveiro, grupos de fêmeas que lá permanecerão durante a muda, tentando reproduzir o cenário que observamos no ambiente natural. O viveiro certamente contribui para atenuar o stress, nos momentos em que ocorre a aproximação do tratador. A desvantagem, é perceber que assumiram provisoriamente um comportamento mais arisco, quando as levamos de volta para gaiola individual, após o encerramento da muda.

No manejo com os CTs, durante o período de muda, costumo adoptar a seguinte dieta:

Farinhada: um comedor de unha diariamente;
Complexo vitamínico: 3 vezes por semana na água do bebedouro;
Complexo de aminoácidos: todos os dias na água do bebedouro.

Não custa lembrar que o macho que faz uma boa muda, retorna na alta temporada com muita fogosidade para o canto, e, sem o risco de não conseguir fertilizar os ovos. Para as fêmeas, reduz o risco de não entrar no ciclo reprodutivo, e botando a quantidade de ovos que sua genética permite.